ENERGIA MAIS CARA ELEVA ÍNDICE DE INADIMPLÊNCIA NA PARAÍBA EM 23,7%
O número de consumidores que não conseguiram quitar a conta de energia elétrica na Paraíba aumentou 23,70% de janeiro a maio deste ano comparado ao mesmo período do ano passado. Isso significa um acréscimo de 64 mil usuários em débito com a distribuidora, considerando que o total de inadimplentes na Energisa PB e Energisa Borborema saiu de 270 mil nos cinco meses do ano passado para 334 mil até maio deste ano. O peso maior na conta de energia elétrica em 2015 com a tarifa extraordinária e sistema de bandeiras, aliado à crise econômica, contribuíram para este quadro.
Em julho, pelo sétimo mês consecutivo, os usuários de energia elétrica terão que enfrentar a bandeira vermelha segundo anúncio esta semana da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Isso implica em um acréscimo de R$ 5,50 para cada 100 quilowattshora (kWh) consumidos. Vale lembrar que em Campina Grande o impacto na conta de energia elétrica foi maior porque ocorreu o reajuste anual que chegou a 40%.
Economizar
Nas ruas de João Pessoa os usuários se queixam das despesas com este serviço no orçamento familiar. “A conta de energia elétrica aumentou muito na minha casa. Há um ano pagava R$ 70 e em maio a conta veio R$ 196. Por isso faço tudo para economizar. Ar-condicionado só ligo um período, à noite no modo econômico, não uso mais o microondas e troquei todas as lâmpadas da minha casa por outras que consomem menos”, destacou a contabilista Patrícia Nascimento.
Nas ruas de João Pessoa os usuários se queixam das despesas com este serviço no orçamento familiar. “A conta de energia elétrica aumentou muito na minha casa. Há um ano pagava R$ 70 e em maio a conta veio R$ 196. Por isso faço tudo para economizar. Ar-condicionado só ligo um período, à noite no modo econômico, não uso mais o microondas e troquei todas as lâmpadas da minha casa por outras que consomem menos”, destacou a contabilista Patrícia Nascimento.
A situação não é muito diferente na residência da dona de casa Laurinda Estévam. Segundo ela, há pelo menos três meses costumava pagar menos de R$ 50 pelo uso da energia elétrica e este mês o valor chegou a R$ 91. “Não sei mais o que fazer para reduzir. Moro apenas com o meu marido e em casa, além das lâmpadas, só tenho liquidificador, ventilador e quase não uso ferro de passar”.
A pedagoga Rosinete Magalhães foi outra consumidora que contou as estratégias adotadas para tentar reduzir a conta de luz. “A situação está um absurdo. Desliguei o chuveiro elétrico e evito todas as formas de desperdício. Por enquanto estou conseguindo pagar a conta, a gente vai cortando algumas coisas para poder vencer a crise. Já diminuí, inclusive, os passeios aos restaurantes”, confessou.
Em dinheiro é maiorA inadimplência, com relação ao volume em dinheiro, aumentou 57,49% na Energisa no mês de maio, comparado ao mesmo período do ano passado. O volume do calote na Energisa (Paraíba e Borborema) foi de R$ 64,1 milhões no mês passado e de R$ 40,7 milhões no mesmo período de 2014 segundo dados da distribuidora. O maior volume de devedores foi observado do segmento residencial.
Em maio de 2014, os usuários das residências deviam R$ 29,9 milhões e representavam 73,46% do total dos calotes da Energisa. Já em maio deste ano, a inadimplência dos usuários residenciais chegou a R$ 40,6 milhões, que significa 63,33% do total das dívidas registradas em maio.
Para o diretor-presidente da Energisa Paraíba e da Energisa Borborema, André Theobald, vários fatores contribuíram para a expansão da inadimplência na empresa. “Há algumas causas raízes que justificam essa situação como o desemprego, o descontrole financeiro da população e a redução da renda”, frisou. Segundo ele, a falta de acesso ao crédito também tem sua participação na lista de devedores, assim como a falta de planejamento do futuro.
“As pessoas vinham num ritmo grande de consumo de crédito a taxas baixas e começaram a gastar sem controle. Agora, o consumidor tem que mudar os hábitos e economizar energia”.
Além de orientar os clientes em débito a comparecem aos postos da Energisa para tentar parcelar suas dívidas, André Theobald destacou que vai incentivar os 87 mil usuários residenciais que têm um perfil para se tornar um consumidor de baixa renda e assim ter desconto de até 65% na conta de luz. Essas pessoas, segundo ele, não sabem que têm este direito.
Lucro da Energisa Borborema cresce 202,4%
As taxas extras implantadas este ano na conta de energia elétrica do consumidor, com o sistema de bandeira e Revisão Tarifária, aliado ao reajuste anual do serviço em Campina Grande resultou em um aumento de 202,43% no lucro líquido da Energisa Borborema no primeiro trimestre deste ano.
As taxas extras implantadas este ano na conta de energia elétrica do consumidor, com o sistema de bandeira e Revisão Tarifária, aliado ao reajuste anual do serviço em Campina Grande resultou em um aumento de 202,43% no lucro líquido da Energisa Borborema no primeiro trimestre deste ano.
Segundo o diretor-presidente da Energisa Paraíba e da Energisa Borborema, André Theobald, nos três primeiros meses do ano passado o lucro líquido foi de R$ 4,1 milhões e, no mesmo período deste ano, este valor subiu para R$ 12,4 milhões, ou seja, o triplo.
Neste volume, já estão descontadas todas as despesas da empresa como a folha de pagamento, insumos, aluguéis, e impostos municipais, estaduais e federais. Já na Energisa Paraíba houve queda de 37,46% no lucro líquido da empresa. Foram R$39,5 milhões no acumulado até março do ano passado e R$ 24,7 milhões no mesmo período deste ano.
De acordo com André Theobald, a alta na região da Borborema tem relação com o reajuste anual do consumo, ocorrido no mês de fevereiro. Vale lembrar que na Energisa Paraíba este aumento será definido apenas em agosto. Segundo André Theobald, a conta de energia elétrica é dividida em ‘Parcela A’ (que se refere à compra de energia), ‘Parcela B’ (inclui os reajustes da concessionária) e ‘Impostos’. De acordo com ele, os maiores acréscimos na conta de luz no bolso do consumidor foram provenientes da Parcela A e Impostos.
“O aumento dado pela concessionária representou cerca de R$ 1,00. Como o governo federal cortou o subsídio, quem paga a conta é consumidor”, frisou. Theobald acrescentou que esse lucro é passageiro porque o maior impacto ocorreu no mês do reajuste anual em Campina Grande, que vai se diluindo ao longo dos meses com a alta da inflação e outras despesas.
Com Jornal da Paraíba
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