GAROTA DE 10 ANOS MORRE APÓS RECEBER DESCARGA ELÉTRICA, EM OLINDA
Uma garota de 10 anos morreu após receber uma descarga elétrica em uma tomada em casa, no bairro de Passarinho, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), no sábado (13). Chrislaine Laira da Silva Lopes de Souza foi eletrocutada quando tentava ligar o notebook na tomada. Apesar de ter sido socorrida para Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Olinda, não resistiu aos ferimentos.
A menina estava acompanhada da irmã de 15 anos no momento do incidente. A adolescente não ficou ferida. O corpo de Chrislaine Laira foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) do Recife. A menina foi enterrada no Cemitério de Beberibe na tarde do domingo (14).
Atitudes rotineiras como a que vitimou Chrislaine exigem instalação elétrica adequada. Em 2013, foram contabilizadas 757 ocorrências envolvendo choques elétricos, que resultaram em 592 mortes e em 165 acidentes que deixaram pessoas com sequelas. Os dados são da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).
“A maioria das ocorrências acontece por instalação elétrica inapropriada. Infelizmente, em muitos casos, não é um profissional habilitado que faz esse trabalho, e sim amadores. A negligência favorece acidentes porque essas pessoas não têm aptidão de eletricista e terminam fazendo gambiarras”, explica o engenheiro eletricista Hilton Moreno, consultor do Programa Casa Segura. Ele alerta que a segurança requer alguns passos: implantação de sistema de aterramento e fio-terra, que desvia a descarga elétrica do corpo da pessoa no caso de incidente.
Outro detalhe importante, segundo Hilton, é a instalação do dispositivo diferencial residual, mais conhecido pela sigla DR. “É uma peça que fica no quadro de distribuição de energia. Parece com um disjuntor e evita choques porque detecta, em um circuito, situações em que há ameaça de acidentes pela rede elétrica”, ressalta o engenheiro. Ele alerta que poucas residências possuem DR.
O novo padrão de tomadas com três pinos também é essencial para evitar contratempos e fatalidades. O modelo foi criado para dar mais segurança ao consumidor, ao diminuir a possibilidade de choques elétricos, incêndios e mortes. Nos últimos 10 anos, o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) registrou 13.776 internações com 379 óbitos e mais 15.418 mortes imediatas decorrentes de acidentes relativos à exposição a corrente elétrica em residências, escolas, asilos e locais de trabalho. Além disso, entre os acidentados, o choque elétrico é a terceira maior causa de morte infantil.
A organização não-governamental (ONG) Criança Segura orienta que adaptar o ambiente para manter a segurança é a principal medida para prevenir incidentes. É importante verificar o estado das instalações elétricas e substituir as fiações antigas e desencapadas. Deve-se também evitar usar extensões e ligar vários aparelhos eletrônicos numa mesma tomada. A ONG ainda frisa que hábitos seguros devem ser ensinados às crianças, como uso de chinelo de borracha para ligar aparelhos na tomada.
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