Mesmo chateado, Vadão entende demissão e deseja sorte ao sucessor
‘Acho que é uma decisão normal por causa da campanha que não era boa’, diz o ex-treinador do Criciúma que ainda não se despediu dos jogadores'
A tristeza não poderia faltar por conta de uma demissão, mas Vadão entende a posição do Criciúma em tirar dele o comando técnico da equipe. Na conta do treinador está a campanha de 27,7% de aproveitamento nas 12 partidas disputadas de julho até o momento – após a intertemporada durante a Copa das Confederações. Além disso, o Carvoeiro está na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O treinador aceita os números e se mostra satisfeito com a forma que o comunicado foi feito pela diretoria, na manhã desta sexta.
O aviso de que seria demitido partiu do diretor executivo de futebol do clube, Cícero Souza. Na última quinta, após uma reunião da diretoria que chegou até as primeiras horas desta sexta-feira, uma decisão foi tomada. No período da manhã, antes de ir ao estádio Heriberto Hülse para o treinamento previsto, Vadão foi comunicado de sua sáída. Triste pelo momento em que deixa o time, o técnico, calejado pelos anos que tem de futebol, aceita a demissão principalmente por conta da falta de resultados no Brasileirão.
— Na quinta-feira tivemos uma reunião com a diretoria e hoje o Cícero Souza me comunicou que foi tomada uma decisão. Acho que foi normal, porque a campanha não era boa. Não tenho do que me queixar em relação a isso, tudo foi feito com muito respeito. Claro que não gostaria de ter saído do Criciúma desta forma. Ainda mais pelo jogo fraco que fizemos diante da Ponte Preta, porque nos dois jogos anteriores tivemos bom desempenho, contra Náutico e Atlético-PR, embora não tenha havido resultado. Mas a direção entendeu que tinha que mudar e acho normal — disse o treinador, por telefone.
O comunicado foi feito quando Vadão se preparava para ir ao Heriberto Hulse para realizar o treinamento da equipe para a partida contra o Coritiba, no sábado. Com a demissão, o ex-treinador do Tigre preferiu não ir ao estádio e deixa para depois uma despedida do grupo de jogadores.
— Não fui porque poderia mexer muito com o emocional dos jogadores, não é o momento, depois a gente conversa. Devo ficar em Criciúma até segunda ou terça para acertar as minhas coisas. Não tenho nada em vista e por isso nem há necessidade de fazer tudo com tanta rapidez — enfatizou.
Os motivos da queda de Vadão
O treinador sofreu com o alto número de jogadores lesionados desde a intertemporada. E isso, na visão de Vadão, foi fundamental para que o rendimento caísse tanto ao longo do Brasileirão. Em uma análise, o técnico enxerga que o grupo tem o número ideal de atletas e qualidade suficiente para deixar a zona de rebaixamento. Vadão deseja sucesso ao seu sucessor e também um tanto de sorte. Além disso, o ex-comandante percebe que há uma pressão elevada sobre os atletas.
O treinador sofreu com o alto número de jogadores lesionados desde a intertemporada. E isso, na visão de Vadão, foi fundamental para que o rendimento caísse tanto ao longo do Brasileirão. Em uma análise, o técnico enxerga que o grupo tem o número ideal de atletas e qualidade suficiente para deixar a zona de rebaixamento. Vadão deseja sucesso ao seu sucessor e também um tanto de sorte. Além disso, o ex-comandante percebe que há uma pressão elevada sobre os atletas.
— Diria para que tenha um pouco mais de sorte em poder montar o que está aí, desejo o melhor. Infelizmente tivemos problemas para mantar uma base da quipe. Ele, tendo suporte, o Criciúma não fica devendo, dá para fazer melhor. Não é falta de elenco e nem comprometimento. Não pode confundir comprometimento com pressão. Sob alta pressão não se rende o necessário. De repente, a torcida vai dar uma trégua e deixar o técnico estabilizar e nisso, há trégua para os jogadores. Por isso, é preciso que se tenha uns 15 dias para que o treinador imponha o seu trabalho. Não se pode confundir que o jogador joga para fazer corpo mole por não estar comprometido — analisa.
Vadão ainda revelou que até a tarde da última quinta, antes de deixar o clube, a diretoria e ele seguiam atrás de nomes para compor o grupo. Contudo, a este momento das competições nacionais, está difícil contratar. O foco na busca por nomes, falou, também está voltado para a Série B.
Vadão ainda revelou que até a tarde da última quinta, antes de deixar o clube, a diretoria e ele seguiam atrás de nomes para compor o grupo. Contudo, a este momento das competições nacionais, está difícil contratar. O foco na busca por nomes, falou, também está voltado para a Série B.
— A gente, até ontem (quinta), tentou mais nomes que entenderia ser da Série B e serviriam para a Série A. Só que o preço é alto, tentamos até o final da tarde, mas não deu. É preciso trazer joagador de qualidade para suportar a pressão. É difícil, pois estamos fazendo em emergência, são muitos jogadores contundidos — analisa.
O treinador não resistiu no cargo depois da derrota em casa para a Ponte Preta, pela Copa Sul-Americana. Também contaram a campanha desde a retomada das competições após a Copa das Confederações. Foram quase seis meses de trabalho. Vadão comandou a equipe por 34 partidas na atual temporada. Com contrato até dezembro, o clube vai pagar ao treinador a multa rescisória.
A demissão
A pressão sobre o treinador era grande e ficou maior com a crise no Heriberto Hülse. Depois da derrota para a Ponte Preta, a torcida do Criciúma protestou. Alguns torcedores chegaram a danificar automóveis dos atletas com pedradas, após a partida diante da Ponte Preta.
Vadão deixa o clube com 44,1% de aproveitamento em 34 partidas na temporada – com 12 vitórias, 9 empates e 13 derrotas. O treinador foi demitido do clube na manhã desta sexta-feira junto com o auxiliar técnico Vaguinho e o preparador físico Luís Fernando Goulart. Sílvio Criciuma, auxiliar, responde pelo comando técnico de forma interina.
Fonte: Globoesporte.com
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