Paulo Nobre rebate WTorre e garante autonomia do Palmeiras sobre Arena
O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, convocou a imprensa nesta terça-feira, na Academia de Futebol, para explicar as divergências com a WTorre, responsável pela obra do Allianz Parque, novo estádio alviverde. O grande problema é a divisão dos assentos e o preço dos ingressos. Nobre garante que o Verdão terá autonomia na gerência. A empresa emitiu nota oficial para contestar o dirigente, dizendo que está apenas seguindo o contrato firmado entre as partes, em 2007.
Paulo Nobre comentou a entrevista de Walter Torre, presidente da construtora, ao jornal "Lance". Torre fez duras críticas ao dirigente alviverde e disse que a Arena pertence à empresa, não ao clube.
- Isso ele já havia dito em reunião para mim, o que discordo de uma maneira peremptória. O Palmeiras está muito seguro na relação com a WTorre. Fiquei surpreso e classifico como infeliz as declarações. Principalmente em afrontar o palmeirense. Foi uma declaração infeliz - disse Paulo Nobre.
Nenhum terceiro vai se julgar dono da casa do palmeirense"
Paulo Nobre, presidente do Palmeiras
- Independentemente do negócio feito entre Palmeiras e WTorre, a nova Arena é a casa do palmeirense. Nenhum terceiro vai se julgar dono da casa do palmeirense. Queria deixar isso muito claro para a nossa torcida. Esta presidência não tem intenção de provocar conflito com a parceira dos próximos 30 anos. Porém, esta presidência não admite em hipótese alguma que a soberania do Palmeiras seja ferida. Deixamos muito claro que absolutamente ninguém vai passar o Palmeiras para trás. Vamos defender ate a última instância todos os interesses do nosso clube - emendou o presidente.
Walter Torre disse também que o custo total da obra (estádio, área social e remanejamento urbano) aumentou para R$ 630 milhões - quando o projeto foi acordado em 2008, o valor estimado era de R$ 350 milhões. O presidente da WTorre afirmou ainda que vai reduzir o ritmo dos trabalhos até que chegue a um acordo com o Palmeiras. A previsão atual é que a Arena seja entregue no primeiro trimestre de 2014.
- Só me surpreende que, numa obra já atrasada, o responsável pela construtora admita publicamente que está desacelerando (o ritmo). O isso me preocupa até juridicamente. Mas o Palmeiras não tem a menor preocupação sobre parar a obra - comentou Nobre.
- O prazo oficial deles é primeiro trimeste (de 2014). O resto é conversa fiada - emendou, sobre a possibilidade de o estádio ser inaugurado só depois da Copa do Mundo.
Baseado na reunião do Conselho Deliberativo de 2008, que aprovou a construção do novo estádio, Nobre disse que o Palmeiras terá direito a 35 mil lugares da Arena, e a WTorre ficará com os dez mil restantes - a capacidade, antes estimada em 45 mil, teria sido reduzida para 43 mil, por conta do novo modelo de assento. A empresa parceira, porém, discorda da divisão. A intenção do Verdão é ser o dono do espetáculo nos dias de jogos e determinar os preços dos ingressos, já que pagará aluguel pelo estádio - o termo "aluguel" é usado pelo próprio Paulo Nobre para explicar o modelo de parceria com a construtora.
Se o Palmeiras não puder precificar, nem tiver suas cadeiras da maneira que lhe convier, isso pode significar uma perda de R$ 300 a R$ 700 milhões, considerando 50% de ocupação"
Paulo Nobre
- O Palmeiras não abre mão de estipular o preço do ingresso. A renda toda é do Palmeiras. Mas quanto vai custar para entrar no estádio? O Palmeiras define isso. Toda cadeira pode ser comercializada da maneira que preferir: individual, pra quem quer ir em um jogo ou outro, ou dar prioridade a seu sócio-torcedor, e alavancar essa fonte de receita fantástica. Se o Palmeiras não puder precificar, nem tiver suas cadeiras da maneira que lhe convier, isso pode significar uma perda de R$ 300 a R$ 700 milhões, considerando 50% de ocupação. Por que essa variação? Depende do preço praticado. E isso o Palmeiras não pode abrir mão em hipótese nenhuma - afirmou Nobre.
Apesar das divergências, o presidente do Palmeiras negou que haja a possibilidade de o contrato com a WTorre ser rompido. Ele diz não acreditar que a construtora possa vir a parar a obra - 68% concluída, de acordo com o último relatório divulgado.
- Não vejo hipótese de rompimento de contrato. E isso não preocupa com eventual ameaça de parar a obra. Tem de perguntar para a construtura. Parar (a obra) seria ruim para os dois lados. Vamos, incessantemente, encontrar uma solução para esse problema, para que esse início de relação seja positivo os dois lados. Se ficar desproporcional, em um contrato longo, a chance de futuro problema é grande. A responsabilidade é importante, e saber as regras de convivência para os 30 anos não serem um pesadelo é, sim, algo bom.
- Não vejo hipótese de rompimento de contrato. E isso não preocupa com eventual ameaça de parar a obra. Tem de perguntar para a construtura. Parar (a obra) seria ruim para os dois lados. Vamos, incessantemente, encontrar uma solução para esse problema, para que esse início de relação seja positivo os dois lados. Se ficar desproporcional, em um contrato longo, a chance de futuro problema é grande. A responsabilidade é importante, e saber as regras de convivência para os 30 anos não serem um pesadelo é, sim, algo bom.
Contrato claro
Paulo Nobre não teme que a decisão do impasse seja levada para arbitragem, prevista em contrato. O dirigente disse que o Palmeiras está absolutamente seguro quanto à interpretação do contrato.Sobre as divergências quanto à capacidade do estádio, Nobre disse "até onde eu sei, ele não encolheu", mas admitiu que o número pode mudar por conta de espaço de imprensa e torcida adversária, por exemplo.
Nobre explicou ainda que foi sugerido à WTorre deixar no estádio dois setores sem cadeiras, copiando um modelo já feito na Alemanha, mas a WTorre não quis. Se essa mudança fosse aprovada, a capacidade iria subir para 50 mil lugares - esses espaços adicionais seriam da WTorre. Mas, segundo Nobre, a construtora não se interessou pela ideia.
Paulo Nobre não teme que a decisão do impasse seja levada para arbitragem, prevista em contrato. O dirigente disse que o Palmeiras está absolutamente seguro quanto à interpretação do contrato.Sobre as divergências quanto à capacidade do estádio, Nobre disse "até onde eu sei, ele não encolheu", mas admitiu que o número pode mudar por conta de espaço de imprensa e torcida adversária, por exemplo.
Nobre explicou ainda que foi sugerido à WTorre deixar no estádio dois setores sem cadeiras, copiando um modelo já feito na Alemanha, mas a WTorre não quis. Se essa mudança fosse aprovada, a capacidade iria subir para 50 mil lugares - esses espaços adicionais seriam da WTorre. Mas, segundo Nobre, a construtora não se interessou pela ideia.
Mentiroso, não!
Paulo Nobre se mostrou irritado pela forma como foi tratado por Walter Torre na imprensa. O presidente da construtora disse que o dirigente está mentindo sobre as questões relacionadas à Arena.
- Só posso colocar a declaração dele como infeliz e lamentável. Se ele tem esse tipo de postura de falar de um parceiro, essa não é minha política. Como presidente do Palmeiras vou tratá-lo da melhor forma, desde que não prejudiquem o Palmeiras - disse Nobre.
- Só posso colocar a declaração dele como infeliz e lamentável. Se ele tem esse tipo de postura de falar de um parceiro, essa não é minha política. Como presidente do Palmeiras vou tratá-lo da melhor forma, desde que não prejudiquem o Palmeiras - disse Nobre.
Fonte:Globoesporte.com
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